quarta-feira, 20 de maio de 2009

Quando a maior vergonha de um ser humano é a de si mesmo.

Caros leitores,
A partir de agora, este blog irá postar comentários também sobre cinema (filmes em cartaz ou não). As postagens, entretanto, não serão de minha autoria. O responsável pelas postagens é Roger da Silva Pereira, amigo de longa data (desde a época do Colégio Militar de Fortaleza, em 1984) e residente em Brasília. O Roger aceitou o convite para postar seus comentários sobre cinema aqui, enriquecendo o nosso blog. A primeira postagem é sobre o filme "O Leitor". Boa leitura!!!


Por Roger da Silva Pereira
Em “O Leitor”, filme protagonizado por Kate Winslet, Ralph Fiennes e David Cross, somos apresentados a uma história com uma temática clichê, o nazismo na Segunda Guerra Mundial, mas de uma forma pouco usual.

Kate, numa interpretação magnífica, é Hanna Schmmitz, uma jovem que vive sozinha em seu pequeno apartamento na Alemanha. Ela é uma pessoa dura, que procura viver sem ser notada, fazendo suas atividades do dia a dia sem grandes alardes.

Num dia Hanna encontra-se casualmente com Michael, personagem de David Kross, um garoto no auge da sua juventude aos 17 anos. O primeiro contato não é dos melhores, mas a faísca sexual entra no relacionamento e eles tornam-se amantes. É uma equação com resultados positivos para as duas partes, Hanna foge de sua solidão e David descobre alguém para liberar seus hormônios juvenis.

Após um período de flores e sorrisos, a vida dos dois toma caminhos distintos. Após muito tempo, o destino, sempre ele, conspira para que suas vidas se aproximem. David é um estudante de direito, que com mais alguns alunos participa de um grupo de estudos sobre os julgamentos dos colaboradores nazistas em Nuremberg. Lá ele revê sua paixão juvenil, mas no banco dos réus. A partir daí David entra num conflito pessoal de grandes proporções, pois ele possui informações decisivas para o rumo do processo.

Hanna, por sua vez é acusada, traída e condenada, mesmo tendo a plena consciência que tudo é mentira, pois a vergonha em admitir que é iletrada é maior do que todo o sentimento de raiva do mundo para com aqueles que fizeram parte das atrocidades nazistas.

A última parte do filme mostra um David adulto (Ralph Fiennes), que mesmo após anos do julgamento, não consegue superá-lo e vai à procura de Hanna. A partir daí, como num bom filme americano, onde a redenção dos personagens é algo necessário, talvez pelo sentimento de culpa daquele país por sua atuação mundial nos últimos anos, David tenta ajudar Hanna naquilo que ela mais quer, que é decifrar o mundo das letras.

O filme utiliza uma forma muito bonita, e até poética, de como Hanna aprendeu a ler e deixa claro para nós, espectadores, que o maior inimigo do homem é ele mesmo, que nossas mazelas internas serão sempre o empecilho para o nosso crescimento.

Fica a dica para aqueles que não viram o filme. Diversão garantida com um pouco de reflexão.

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